sexta-feira, 15 de abril de 2016

Espaços de descompressão têm grande potencial para elevar a produtividade dos funcionários

Sala de jogos com pebolim, sinuca e videogames; espaços de descanso com sofás, pufes e redes para tirar uma soneca; e cozinhas com frutas e guloseimas à disposição dos funcionários. Tudo isso faz da sede de nove mil metros quadrados do Google Brasil, em São Paulo, um dos escritórios mais legais do mundo, referência quando o assunto são os espaços projetados para pausas e bem-estar dos profissionais. Em proporções menores e mais modestas que a iniciativa da gigante de tecnologia, muitas empresas estão incorporando os chamados espaços de descompressão.

Segundo Roberta Hummel, coordenadora de projetos do Great Place to Work (GPTW) Brasil, organização que faz anualmente o ranking nacional e estadual das melhores empresas para se trabalhar, mais que aliviar a tensão e o estresse do trabalho, o grande potencial desses espaços é promover a integração entre os profissionais da empresa. “Eles potencializam o relacionamento dos funcionários e estimulam a troca de ideias e o trabalho em equipe”, diz.

Outro ganho importante das pausas propiciadas por esses locais é o aumento da produtividade. De acordo com Roberta, estudos do GPTW já comprovaram que empresas com bons ambientes de trabalho têm rentabilidade maior. Quando o ambiente é agradável, os funcionários ficam mais comprometidos e participam ativamente com novas ideias para a melhoria de processos e solução de problemas.

Na FH, empresa de TI com sede em Curitiba, sempre houve demanda por esse tipo de espaço. Na mudança da antiga sede para o novo endereço, o projeto arquitetônico contemplou o ambiente de descompressão, que tem 60 metros quadrados e conta com espaço de leitura, sala de jogos, sofás e pufes para descanso, além de uma cozinha. “Percebemos o impacto direto no clima organizacional da FH com profissionais mais satisfeitos, bem humorados e com maior equilíbrio emocional durante as atividades estressantes do dia a dia”, diz a gerente de recursos humanos da FH, Luciane Nassar.
Para a presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos - Seccional Paraná (ABRH-PR), Daviane Chemin, indicadores de gestão que mensuram a produtividade e qualidade de vida nas empresas antes e depois da instalação desses espaços mostram que eles são eficazes. “A interação informal acaba dissolvendo conflitos do dia a dia e melhorando as relações pessoais no ambiente de trabalho”.

Para emplacar, o espaço tem de ter a cara da empresa
O cantinho de descanso tem de ser pensado de acordo com a atividade e a política de cada empresa, seja para promover o contato entre os profissionais ou para funcionar como um refúgio da pressão diária. A observação é da arquiteta Yumi Yamawaki, sócia da Proa Arquitetura e Planejamento, que desenvolveu todo o projeto do novo endereço da FH.

Ela conta que no caso da empresa de TI a ideia de interação foi o que norteou todo o projeto. “A maioria dos profissionais trabalha com equipes que mudam o tempo todo, então, havia essa necessidade de promover o relacionamento de todos com todos”. Já em outras empresas, principalmente aquelas nas quais os funcionários trabalham diretamente com os clientes, o foco pode ser o alívio do estresse causado pelas relações pessoais. Para suprir essa necessidade, a arquiteta sugere itens como salas de massagens e outras atividades de relaxamento.

http://www.gazetadopovo.com.br/economia/pos-e-carreira/um-cantinho-para-o-intervalo-b27r4p9bhb2ckbaazuec347ri